Doença de Osgood-Schlatter (dor no joelho)

Doença de Osgood-Schlatter (dor no joelho)

A doença de Osgood-Schlatter é uma causa comum de dor no joelho em adolescentes em crescimento. É uma inflamação da área logo abaixo do joelho, onde o tendão da patela se liga à tíbia (osso da perna).
A doença de Osgood-Schlatter ocorre com mais frequência durante estirões de crescimento, quando ossos, músculos, tendões e outras estruturas estão mudando rapidamente. Como a atividade física coloca estresse adicional nos ossos e músculos, as crianças que participam de esportes – especialmente esportes de corrida e salto – correm um risco maior de desenvolver essa condição. No entanto, adolescentes menos ativos também podem ter esse problema.
Na maioria dos casos de doença de Osgood-Schlatter, medidas simples como repouso, gelo, medicamentos analgésicos e exercícios de alongamento e fortalecimento aliviam a dor e permitem o retorno às atividades diárias.

A doença de Osgood-Schlatter causa dor na tuberosidade tibial – a protuberância óssea onde o tendão patelar se liga à tíbia (osso da perna).

Descrição
Os ossos de crianças e adolescentes possuem uma área especial onde o osso está crescendo, chamada placa de crescimento. As placas de crescimento são áreas de cartilagem localizadas perto das extremidades dos ossos. Quando uma criança está totalmente crescida, as placas de crescimento se transformam em osso sólido.
Algumas placas de crescimento servem como locais de fixação para os tendões, os tecidos fortes que conectam os músculos aos ossos. Uma protuberância óssea chamada tubérculo tibial cobre a placa de crescimento no final da tíbia. O grupo de músculos na frente da coxa (chamado quadríceps) se liga à tuberosidade tibial.
Quando uma criança está ativa, os músculos do quadríceps puxam o tendão patelar que, por sua vez, puxa a tuberosidade tibial. Em algumas crianças, essa tração repetitiva na tuberosidade leva à inflamação da placa de crescimento. A proeminência, ou saliência, da tuberosidade tibial pode se tornar muito pronunciada.

Sintomas
Os sintomas dolorosos geralmente são causados por corrida, salto e outras atividades relacionadas a esportes. Em alguns casos, ambos os joelhos apresentam sintomas, embora um joelho possa ser pior que o outro.
• Dor e sensibilidade no joelho na tuberosidade tibial
• Inchaço na tuberosidade tibial
• Músculos tensos na frente ou atrás da coxa

Exame médico
Durante a consulta, o médico do seu filho discutirá os sintomas e a saúde geral do seu filho. Eles realizarão um exame completo do joelho para determinar a causa da dor. Isso incluirá a aplicação de pressão na tuberosidade tibial, que deve ser sensível ou doloroso para uma criança com doença de Osgood-Schlatter. Além disso, o médico também pode pedir que seu filho ande, corra, pule ou se ajoelhe para ver se os movimentos provocam sintomas dolorosos.

O médico do seu filho também pode solicitar uma radiografia do joelho do seu filho para ajudar a confirmar o diagnóstico ou descartar quaisquer outros problemas.

Na doença de Osgood-Schlatter, a tuberosidade tibial aumentada e inflamada é quase sempre sensível quando a pressão é aplicada.

Tratamento
O tratamento para a doença de Osgood-Schlatter se concentra na redução da dor e do inchaço. Isso normalmente requer limitar a atividade de exercício até que seu filho possa desfrutar da atividade sem desconforto ou dor significativa depois. Em alguns casos, é necessário descansar da atividade por vários meses, seguido de um programa de condicionamento de força. No entanto, se seu filho não tiver muita dor ou mancar, pode ser seguro para ele continuar participando de esportes.
O médico do seu filho pode recomendar métodos de tratamento adicionais, incluindo:
• Exercícios de alongamento. Alongamentos para a frente e para trás da coxa (quadríceps e isquiotibiais) podem ajudar a aliviar a dor e prevenir o retorno da doença.
• Anti-inflamatórios não esteróides (AINEs). Drogas como ibuprofeno, aspirina e naproxeno reduzem a dor e o inchaço.
• Gelo. A área inflamada pode reduzir a dor e o inchaço. Use compressas geladas por até 20 minutos de cada vez, várias vezes ao dia. Não aplique gelo diretamente na pele.

Alongamento de quadríceps em pé.
Você deve sentir esse alongamento na frente da coxa.
Dica: não curve as costas.
Resultado
A maioria dos sintomas desaparece completamente quando a criança completa o estirão de crescimento adolescente, por volta dos 14 anos para meninas e 16 anos para meninos. Por esse motivo, a cirurgia raramente é recomendada. No entanto, a proeminência do tubérculo persistirá.

Dr. Wilson Lino Junior

Férias: Como evitar acidentes com as crianças no período de lazer

Julho chegou e o período de férias escolares para as crianças e os adolescentes também. Aguardada pelos pequenos (e não tão pequenos) pelas numerosas possibilidades de lazer, brincadeiras e descanso, as férias alteram as rotinas o que aumenta os riscos de pequenos acidentes, quedas e traumas dentro e fora de casa. No ambiente doméstico, os responsáveis precisam cuidar de situações como queimaduras, envenenamento, afogamento, quedas, cortes, sufocação e choque elétrico.

Tanto dentro quanto fora de casa é preciso estar atento ao movimento das crianças. Os acidentes mais comuns nas emergências são pequenos ferimentos e contusões, segundo o ortopedista pediátrico, Wilson Lino Junior, coordenador da ortopedia Pediátrica do Hospital infantil Sabará de São Paulo.

“As crianças estão sempre em movimento e procurando aventuras e interação com seus semelhantes. Devemos pensar em alguns fatores que podem justificar a maior quantidade de traumas e acidentes: a coordenação das crianças está em constante desenvolvimento, a marcha normal só se assemelha a de um adulto aos 6 anos de idade, mudanças corporais ocorrem até a fase final de crescimento, próximo dos 16 anos de idade”.

Segundo o médico, a criança cresce muito ao longo de pouco tempo e a relação com o mundo que a envolve muda constantemente.

“Imagine que uma mesa tem a altura padrão de 80cm, uma criança aos 2 anos de idade pode passar por baixo da mesa sem necessitar abaixar e, em menos de um ano, precisa recalibrar seus parâmetros, pois se não abaixar irá bater a cabeça, um dos traumas mais comuns vistos nas emergências.”

Após o acidente, a orientação é observar a criança. “Desmaios e vômitos são sinais de alerta com traumas de cabeça. Deformidades, dor intensa nos membros são sinais de fratura. Ferimentos cortantes com sangramento abundante também devem levar ao pronto-socorro”, enumera o médico.

“No caso de trauma nos membros, recomenda-se imobilização provisória, nos ferimentos sangrantes deve-se envolver com toalha ou pano limpo e não fazer garrotes e torniquetes. Nunca colocar substâncias como café, óleo, pasta de dente e outros produtos de crendices que podem contaminar os ferimentos, causar infecções graves e dificultar o tratamento”, alerta o ortopedista.

Segundo Dr Wilson Lino Junior, os acidentes mais frequentes costumam ocorrer dentro de casa, onde os pais, em geral, estão mais tranquilos por considerar um ambiente seguro.

Prevenção

Para diminuir a chance de acidentes dentro de casa, o ortopedista do Hospital Sabará enumera alguns cuidados importantes:

– Colocar protetores que evitem o fechamento repentino de portas – situação que pode causar acidentes graves, como amputação de pontas de dedos das crianças.

– Televisões e objetos mais pesados devem ser fixos, para evitar a queda.

– Deixar os brinquedos ao alcance da criança. Remédios e produtos de limpeza devem ficar sempre longe do alcance dos pequenos.

– Explicar e mostrar os riscos de um fogão ou forno enquanto estiver cozinhando.

“O mais importante é educar a criança para saber manusear objetos como copo, talheres, carregar de um jeito que ao derrubar não se machuque, usar as duas mãos, não correr enquanto carrega copos ou pratos etc. Enfim, educar é sempre melhor que impedir a criança de fazer as coisas do dia a dia. A criança gosta de colaborar e de participar de atividades, comece com atividades simples e objetos de plástico e gradualmente aumente a complexidade, ela irá aprender e realizar com destreza crescente”, aconselha o ortopedista pediátrico.

Emergência

O número 193, do Corpo de Bombeiros, recebe chamados para acidentes domésticos com crianças todos os dias. No período das férias escolares, entretanto, esse índice aumenta significativamente, explica a Tenente Caeth do 1º Grupamento dos Bombeiros da capital paulista.

“Os principais acidentes domésticos ocorrem envolvendo piscinas, panelas ao fogo e energia elétrica. Ocorrem por negligência do responsável, por isso, a atenção deve ser redobrada quanto a proteção do meio para a criança”, alerta.

Para evitar os acidentes, a tenente Caeth dá as seguintes orientações:

– Piscinas: as crianças devem estar sempre na companhia de um adulto e utilizar equipamentos de segurança, como boias.

– Panelas e fogão: os cabos das panelas devem estar voltados para dentro do fogão, para evitar que a criança puxe o cabo e se queime ou derrame água quente. Permanecer com o fogão desligado sempre que possível.

– Energia elétrica: Evitar o uso de eletrônicos, como celular, enquanto o aparelho carrega, para evitar descargas elétricas e explosões.

Com a finalidade de reduzir a recorrência desses e de outros acidentes a corporação tem o Programa Bombeiro na Escola (PBE) em todo o estado.

“Assuntos como esses são abordados de forma didática e lúdica para crianças em idade escolar, que aprendem não só a parte relacionada a prevenção, mas também  quais atitudes tomar em caso de acidentes ou emergências”, diz a tenente.

Ela orienta ainda que, em caso de acidente, família ou cuidadores liguem de imediato, para o Corpo de Bombeiros. “Em casos como queimaduras, é necessário manter o local sob água fria corrente e não passar nenhum produto químico no ferimento. No caso de afogamentos em piscinas, enquanto ligar 193, seguir orientações via telefone, para realizar os procedimentos até a chegada da viatura”, destaca.

veja a reportagem completa em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2022-07/ferias-como-evitar-acidentes-com-criancas-no-periodo-de-lazer

Intoeing (pés para dentro)

Intoeing (pés para dentro) 

 

Intoeing significa que, quando uma criança anda ou correos pés se voltam para dentro em vez de apontar para frente. É também referido como “dedo de pombo“. 

Frequentementeos pais percebem pela primeira vez quando o bebê começa a andar mas crianças de 

várias idades podem apresentar esse comportamento por diferentes motivos

Três condições podem causar inatividade: 

  • Metatarso aduto (o  gira para dentro) 
  • Torção tibial (a tíbia se volta para dentro) 
  • Anteversão femoral (o fêmur se volta para dentro) 

 

Este último é a principal causa que faz a criança sentar em W, uma posição que é natural para as os menores

Na grande maioria das crianças menores de 8 anos, o intoeing quase sempre se corrige sozinhosem o uso de gesso, aparelhocirurgia ou qualquer tratamento especial. 

marcha com  para dentro por si  não causa dornem causa artrite. Uma criança com dorinchaço ou claudicação deve ser avaliada por um cirurgião ortopédico e procurar a causa. 

 

Causa 

As condições que causam o intoeing – metatarso adutotorção tibial e anteversão femoral – podem ocorrer por conta própria ou em associação com outros problemas ortopédicos. 

Cada uma dessas condições pode ocorrer como uma característica familiar. Como resultam de problemas de desenvolvimento ou genéticosessas condições geralmente não podem ser evitadas. 

 

Metatarso Aduto 

Metatarso aduto ocorre quando os pés de uma criança se dobram para dentro, da parte média do  até os dedos dos pésAlguns casos podem ser leves e flexíveis, e outros podem ser mais óbvios e rígidosOs casos graves de metatarso aduto podem se assemelhar parcialmente a uma deformidade de  torto. 

     

Imagem de metatarso aduto (lado direito da imagem) 

metatarso aduto melhora por si  na maioria das vezesgeralmente nos primeiros 4 a 6 meses de vidaBebês de 6 a 9 meses com deformidade intensa ou pés muito rígidos podem ser tratados com gesso ou calçados especiais com alto índice de sucesso. A cirurgia para endireitar o  raramente é necessária. 

metatarso aduto é uma doença diferente do  torto, que é uma deformidade mais grave do  que requer tratamento logo após o nascimento. 

 

Torção tibial 

 

torção tibial ocorre se a perna da criança (tíbia) se torcer para dentro. Isso pode ocorrer antes do nascimento, pois as pernas giram para caber no espaço confinado do úteroApós o nascimento, as pernas do bebê devem girar gradualmente para se alinhar de maneira adequada. Se a perna permanecer virada para dentro, o resultado é torção tibial. 

Posição intrauterina 

 

Quando a criança começa a andaros pés se voltam para dentro porque a tíbia, logo acima do aponta para dentro. À medida que a criança cresce, a tíbia geralmente se distorceisto é, roda gradualmente para a posição de marcha do adulto. 

   

Torção tibial pode ser interna ou externa (esquerdo) 

torção tibial pode se avaliada com a criança deitada em posição ventral (bruços), que demonstra na imagem a variação do ângulo coxa- 

 

torção tibial quase sempre melhora sem tratamento e geralmente antes da idade escolar. Talas, sapatos especiais e programas de exercícios não ajudam. A cirurgia para restaurar o osso pode ser feita em uma criança de pelo menos 8 a 10 anos de idade e que apresenta uma torção grave que causa problemas significativos de locomoção. 

 

Anteversão Femoral 

 

anteversão femoral (também conhecida como torção femoral excessiva) ocorre quando o osso da coxa (fêmur) de uma criança gira para dentro. Geralmente é mais óbvio por volta dos 3 a 6 anos de idade. 

Desenho esquemático do ângulo de progressão da marcha de acordo com a posição do colo uterino. As duas figuras mostram o ângulo do colo femoral comparado com a posição dos côndilos femorais no joelho 

A extremidade superior do fêmur, perto do quadril, tem uma torção aumentada, o que permite que o quadril gire mais para dentro do que para fora. Isso faz com que os joelhos e os pés apontem para dentro durante a caminhada. As crianças com essa condição costumam sentar-se na posição “W”, com os joelhos dobrados e os pés abertos para trás. 

anteversão femoral corrige espontaneamente em quase todas as crianças à medida que crescem. Estudos descobriram que sapatos, suspensórios e exercícios especiais não ajudam. Essa é a característica que mais demora a corrigir na formação e desenvolvimento dos membros inferiores da criança. A cirurgia geralmente não é considerada, a menos que a criança tenha mais de 9 ou 10 anos e tenha uma deformidade grave que causa tropeços e uma marcha deformante e dorPode também ser necessária em caso de associação com outra doença, como Paralisia Cerebral. Quando indicada, a cirurgia de anteversão femoral envolve o corte do fêmur e sua rotação para o alinhamento adequado. 

O que você pode fazer sobre o sentar em W do seu filho?

Se seu filho gosta de sentar em W, há etapas que você pode seguir para quebrar o hábito de sentar em W. Se você perceber que seu filho está frequentemente sentado na posição W, tome medidas para corrigir o comportamento.

  • Lembre seu filho de “consertar as pernas” sempre que você o vir sentado na posição W.
  • Ofereça ao seu filho uma pequena cadeira ou banquinho como alternativa a sentar no chão.
  • Você pode desencorajar mostrando-lhes outras maneiras de sentar. Incentive seu filho a tentar estas posições:
  1. Pernas cruzadas: sentado com os pés cruzados e os joelhos afastados.
  2. Long-sit: os pés ficam retos na frente. As costas podem ou não ser apoiadas por sentar-se contra uma parede.
  3. Sente-se de lado: ambos os joelhos estão dobrados, o peso é transferido para um quadril e ambos os pés estão para o mesmo lado. Incentive sentar-se nos lados direito e esquerdo.
  4. Sobre os pés: as crianças sentam-se apoiadas nos calcanhares em uma posição de joelhos dobrados com os pés dobrados sob o bumbum.
  5. Semi-ajoelhado: um pé encolhido e o outro apoiado no chão.

Wilson Lino Junior 

Pernas arqueadas (Doença de Blount)

Pernas arqueadas (doença de Blount)

Pernas arqueadas em uma criança são muito comuns. Quando uma criança com as pernas arqueadas fica de pé com os pés juntos, há um espaço distinto entre a parte inferior das pernas e os joelhos. Isso pode ser o resultado de uma ou ambas as pernas se curvando para fora. Andar frequentemente exagera essa aparência curvada.

Na maioria dos casos, as pernas arqueadas começam naturalmente a se endireitar conforme a criança cresce. Se as pernas arqueadas não resolverem até os 3 anos de idade, pode haver uma causa subjacente, como doença de Blount ou raquitismo.

Os adolescentes ocasionalmente têm as pernas arqueadas. Em muitos desses casos, a criança está significativamente acima do peso.

Causa

Genu varo fisiológico

Na maioria das crianças com menos de 2 anos de idade, arquear as pernas é simplesmente uma variação normal na aparência das pernas. Os médicos referem-se a esse tipo de reverência como geno varum fisiológico.

Em crianças com geno varo fisiológico, o arqueamento começa a melhorar lentamente por volta dos 18 meses de idade e continua à medida que a criança cresce. Aos 3 a 4 anos, o arqueamento foi corrigido e as pernas normalmente têm uma aparência normal.

Doença de Blount

A doença de Blount é uma condição que pode ocorrer em crianças pequenas e também em adolescentes. Resulta de uma anormalidade da placa de crescimento na parte superior da tíbia (osso da perna). As placas de crescimento estão localizadas nas extremidades dos ossos longos da criança. Eles ajudam a determinar o comprimento e a forma do osso adulto.

Criança com doença de Blount infantil envolvendo a perna (Esquerda). A radiografia dos joelhos mostra a anormalidade de Blount na parte superior da tíbia (Direita).

 

Em uma criança com menos de 2 anos, pode ser impossível distinguir a doença de Blount infantil do geno varo fisiológico. Por volta dos 3 anos de idade, no entanto, a curvatura vai piorar e um problema óbvio pode ser visto em um raio-x.

Raquitismo

O raquitismo é uma doença óssea em crianças que causa pernas arqueadas e outras deformidades ósseas. Crianças com raquitismo não recebem cálcio, fósforo ou vitamina D suficientes – todos importantes para ossos em crescimento saudáveis.

O raquitismo nutricional é incomum em países desenvolvidos porque muitos alimentos, incluindo produtos lácteos, são fortificados com vitamina D. Quando o raquitismo nutricional ocorre, geralmente é em crianças que são alimentadas exclusivamente com leite materno por período além do recomendado. O raquitismo também pode ser causado por uma anomalia genética que não permite que a vitamina D seja absorvida corretamente. Esta forma de raquitismo pode ser herdada.

Sintomas

Pernas arqueadas são mais evidentes quando a criança se levanta e anda. O sintoma mais comum de pernas arqueadas é um padrão de caminhada estranho.

Crianças com pernas arqueadas geralmente têm coordenação normal e não demoram a aprender a andar. A quantidade da curvatura pode ser significativa, e pode ser bastante alarmante para pais e familiares.

Virar os pés para dentro também é comum em crianças e freqüentemente ocorre em combinação com pernas arqueadas.

Pernas arqueadas geralmente não causam dor na criança mais nova. Durante a adolescência, no entanto, a curvatura persistente pode causar desconforto nos quadris, joelhos e / ou tornozelos devido ao estresse anormal que as pernas curvas exercem sobre essas articulações. Além disso, os pais muitas vezes ficam preocupados com o fato de a criança tropeçar com muita frequência, especialmente se o pé para dentro  também estiver presente.

 

Exame Médico

Seu médico começará a avaliação de seu filho com um exame físico completo.

Se o seu filho tem menos de 2 anos, está bem de saúde e tem arqueamento simétrico (a mesma quantidade de arqueamento em ambas as pernas), então o médico provavelmente lhe dirá que não são necessários mais exames no momento.

No entanto, se o médico observar que uma perna está mais arqueada do que a outra, ele pode recomendar um raio-X da parte inferior das pernas. Uma radiografia das pernas do seu filho na posição em pé pode mostrar a doença de Blount ou raquitismo.

Se seu filho tiver mais de dois anos e meio na primeira consulta ao médico e apresentar arqueamento simétrico, o médico provavelmente recomendará um raio-x. A probabilidade de seu filho ter a doença de Blount infantil ou raquitismo é maior nessa idade. Se o raio-x mostrar sinais de raquitismo, o médico solicitará exames de sangue para confirmar a presença desse distúrbio.

Tratamento

Progressão natural da doença

O genu varo fisiológico quase sempre se corrige espontaneamente conforme a criança cresce. Essa correção geralmente ocorre por volta dos 3 a 4 anos de idade.

A doença de Blount infantil não tratada ou o raquitismo não tratado resultam em piora progressiva da curvatura no final da infância e adolescência. Em última análise, essas crianças sentem desconforto nas pernas (especialmente nos joelhos) devido ao estresse anormal que ocorre nas articulações. Adolescentes com doença de Blount têm maior probabilidade de sentir dor ao se curvar.

Um adolescente com doença de Blount.

Tratamento Não Cirúrgico

Genu varo fisiológico. Embora o geno varo fisiológico não exija tratamento ativo, seu médico vai querer ver seu filho a cada 6 meses até que a curvatura tenha resolvido.

Doença de Blount. A doença de Blount infantil requer tratamento para que a curvatura melhore.  A órtese não é eficaz, no entanto, para adolescentes com doença de Blount.

Raquitismo. Se seu filho tiver raquitismo, seu médico o encaminhará a um especialista em metabolismo para tratamento médico, além de acompanhamento ortopédico regular. Os efeitos do raquitismo geralmente podem ser controlados com medicamentos.

Tratamento cirúrgico

Genu varo fisiológico. Em raras ocasiões, o geno varo fisiológico em crianças pequenas não se resolve completamente e, durante a adolescência, a curvatura pode fazer com que a criança e a família tenham preocupações estéticas. Se a deformidade for suficientemente grave, pode ser necessária uma cirurgia para corrigir o arqueamento remanescente – geralmente por crescimento guiado.

Doença de Blount. Se a curvatura continuar a progredir em uma criança com doença de Blount infantil, a cirurgia será necessária até os 4 anos de idade. A cirurgia pode interromper o agravamento e prevenir danos permanentes à área de crescimento da tíbia.

Crianças mais velhas com pernas arqueadas devido à doença de Blount do adolescente precisam de cirurgia para corrigir o problema.

Raquitismo. A cirurgia também pode ser necessária para crianças com raquitismo, cujas deformidades persistem, apesar do tratamento adequado com medicamentos.

Procedimentos cirúrgicos. Existem diferentes procedimentos para corrigir as pernas arqueadas e eles se enquadram em dois tipos principais.

  • Crescimento orientado. Este é o tipo de cirurgia mais comum realizado para essa condição. Usando uma pequena placa de metal ou grampo, o crescimento é temporariamente interrompido no lado saudável da parte superior da tíbia. Isso dá ao lado anormal uma chance de se recuperar, endireitando a perna com o crescimento natural da criança. Uma vez que o alinhamento é melhorado, a placa ou grampo é removido e o crescimento é retomado.

Placa em “8” utilizada para o crescimento guiado (esquerdo), imagem da fixação intraoperatória com uso do guia (centro) e aspecto da escopia final da fixação (direita).

 

  • Osteotomia tibial. Neste procedimento, a tíbia é cortada logo abaixo do joelho e remodelada para corrigir o alinhamento. O osso é mantido no lugar enquanto se cura com uma placa interna e parafusos ou uma estrutura externa posicionada do lado de fora da perna.

Doença de Blount e plano cirúrgico (esquerdo), imagem da fixação da osteotomia intraoperatória (centro) e pós-operatório dois meses da fixação (direita).

Após a cirurgia, um gesso pode ser aplicado em certos casos para proteger o osso enquanto ele cicatriza. As muletas podem ser necessárias por algumas semanas, e seu médico pode recomendar exercícios de fisioterapia para restaurar a força e a amplitude de movimento. Seu médico conversará com você sobre o tempo total de recuperação e o retorno às atividades normais.

Wilson Lino Junior

Alerta! Acidentes domésticos com crianças na Pandemia

Atenção com as crianças em casa!

Proteger pontas de móveis.

Proteger portas, dobradiças, cuidado com janelas abertas e vento.

Vai ter pula-pula na cama? Brinque junto e proteja por aquele momento da brincadeira e depois mude de ambiente após a vontade da criança satisfeita.

Vai fazer reforma? Dê chaves e martelos de brinquedo e deixe a criança participar com os objetos dela, leves e seguros.

Vai para a cozinha? Cabos de panelas para dentro, dê uma bacia, colher de pau, água e farinha, deixe-a participar e fazer a própria massa, assim a criança tem supervisão e aprendizado, explique que quando vai acender o fogo, ligar o forno ou fritar que o local não é mais seguro. A criança que participa compreende melhor a hora de se cuidar e de sair do ambiente!

Método de Ponseti para Pé torto: para médicos e pacientes

Tratamento do pé torto congênito pelo método de Ponseti

Atualmente, é amplamente reconhecida como padrão ouro para o tratamento do pé torto congênito a técnica desenvolvida pelo Prof. Ignácio Ponseti na Universidade de Iowa. O método Ponseti, quando realizado por profissionais treinados e observando-se a metodologia adequada, tem acima de 90% de sucesso na correção desta deformidade.

No entanto, muitos cuidados precisam ser aplicados ao longo do tratamento para garantir bons resultados. O sucesso final do tratamento é baseado no conhecimento e técnica médica apurada, orientação efetiva para os pais e monitoramento da aderência à órtese.

Os fatores fundamentais para o sucesso de tratamento e do programa aliam principalmente três elementos: a parte médica, treinamento adequado, certificação do profissional e orientação adequada; parte hospitalar, estrutura física, recursos humanos, recursos materiais e referencia; e a parte do paciente, cooperação, transporte, estrutura familiar e encaminhamento precoce.

Falhas em qualquer dos pontos citados acima podem levar ao abandono do tratamento, recidivas e complicações. A estruturação da clinica é essencial na obtenção de taxas elevadas de sucesso do tratamento, satisfação dos pais e prevenção de deformidades.

Conhecimento e técnica médica apurada

O conhecimento da patoanatomia e cinemática da deformidade pelo médico que realiza a manipulação é reconhecido como essencial para evitar as falhas na manipulação.  Além disso, o conhecimento da patologia e reconhecimento de suas variáveis também é importante para indicação e programação do tratamento, sendo, a avaliação inicial passo fundamental.

Entendendo o Tratamento Ponseti

O pé torto pode ser classificado? Sim, a classificação do pé torto em categorias melhora o entendimento para comunicação e tratamento.

Pé torto não tratado: abaixo dos dois anos de idade

Pé torto corrigido: corrigido pela técnica de Ponseti

Pé torto recidivado: supinação e equino aparecem após uma boa correção inicial

Pé torto resistente: pé torto rígido visto em associações com síndromes como artrogripose

Pé torto atípico: pé curto, gordinho, rígido, com prega plantar profunda posterior ao tornozelo, e encurtamento do primeiro metatarso com hiperextensão da articulação metatarso-falângica.

Como o tratamento de Ponseti pode corrigir a deformidade? Observa-se a deformidade básica do pé torto congênito com o tálus deformado e o navicular desviado medialmente. A técnica de Ponseti consiste em manipulações seriadas e trocas de gesso nas novas posições até que se atinja uma correção adequada para iniciar o próximo passo do tratamento

Quando o tratamento de Ponseti deve ser iniciado? Quando possível, o tratamento deve ser iniciado logo após o nascimento (7 a 10 dias). Se for iniciado antes dos nove meses de idade a maior parte das deformidades de pé torto pode ser corrigida com essa técnica.

Quando o tratamento é iniciado cedo, quantos gessos são necessários geralmente para a correção?

A maior parte das deformidades de pé torto podem ser corrigidas em aproximadamente seis semanas com manipulações seguidas da aplicação de gessos a cada semana. Se a deformidade não é corrigida após seis ou sete trocas de gesso, o tratamento provavelmente não está sendo eficaz.

Quão tarde pode ser iniciado o tratamento, e ainda ser eficiente? O tratamento é mais eficiente se for iniciado antes dos 9 meses de idade. O tratamento entre os 9 e os 28 meses é ainda eficaz para corrigir parcialmente a deformidade.

O tratamento pelo método de Ponseti pode ser utilizado para pés tortos negligenciados? O tratamento que é iniciado após os dois anos pode ser iniciado com gessos Ponseti. Na maior parte dos casos, a correção cirúrgica é necessária, mas a cirurgia pode ser mais limitada do que seria se não fosse utilizado o tratamento pelo método de Ponseti.

Qual é o resultado esperado na idade adulta para uma criança tratada pelo método de Ponseti? Em todos os pacientes com pé torto bilateral, o pé afetado é um pouco mais curto (em média 1,3cm) e mais estreito (em média 0,4cm) que o pé normal. O comprimento dos membros inferiores, por outro lado, é o mesmo, mas a circunferência da perna do lado afetado é menor (em média 2,3cm). O pé tratado deve ter boa força, ser flexível e não ser doloroso.

Qual é a incidência de pé torto em crianças quando um ou os dois pais são afetados? Quando um membro do casal é afetado com pé torto, há uma probabilidade de 3 a 4% de o filho nascer com pé torto. No entanto, quando os dois membros do casal foram afetados, o filho tem uma probabilidade de 15% de desenvolver pé torto.

Qual é a comparação entre os resultados do tratamento cirúrgico e os resultados do tratamento pelo método Ponseti? A cirurgia melhora a aparência inicial do pé mas não impede as recidivas. Importante mencionar que não há resultados a longo prazo com pacientes submetidos a tratamento cirúrgico até a data de hoje. Cirurgiões de pé e tornozelo relatam que esses pés tratados cirurgicamente se tornam fracos, rígidos e dolorosos na idade adulta.

Qual é a frequência de falha do tratamento pelo método Ponseti e quando a cirurgia torna-se necessária? A porcentagem de sucesso depende do grau de rigidez do pé, da experiência do cirurgião, e da confiabilidade da família. Na maioria das situações, pode se esperar uma porcentagem de sucesso maior de 90%. A falha é mais provável se o pé é muito rígido com uma prega plantar profunda.

O tratamento pelo método Ponseti é útil em pés tortos resistentes? O tratamento pelo método Ponseti é apropriado para crianças com artrogripose, mielomeningocele e Síndrome de Larsen. Os resultados podem não ser tão gratificantes como são para crianças com pés tortos idiopáticos, mas há vantagens nessa abordagem. A primeira é que o pé torto pode responder completamente ao tratamento pelo método de Ponseti, com ou sem tenotomia do tendão de Aquiles. Além disso, mesmo a correção parcial dessas deformidades pode reduzir a extensão da cirurgia e melhorar o fechamento da pele. O pé torto artrogripótico é talvez o maior desafio. Geralmente, é necessário fazer a tenotomia percutânea do tendão do calcâneo (Aquiles) para permitir qualquer correção de deformidade através de manipulações. A criação de uma deformidade em calcâneo-cavo não é uma preocupação devido à grave contratura das cápsulas articulares posteriores. É importante detectar a necessidade de cirurgia nesses casos.

O tratamento pelo método de Ponseti é útil em mielodisplasia? O tratamento por manipulação e gessos de pés insensíveis de crianças com mielomeningocele é preocupante, e geralmente criticado. O médico deve aplicar a pressão baseado em sua experiência com pé torto idiopático, onde o conforto da criança é o que limita o grau de correção. Deve-se ter paciência durante as manipulações e se esperar que um número maior de gessos será necessário. As manobras são suaves. A concentração de pressão sobre proeminências ósseas deve ser evitada, como em todas as crianças.

O tratamento pelo método de Ponseti é útil para pés tortos complexos? A experiência pessoal, e de outros, mostra que o tratamento pelo método de Ponseti pode ser eficaz quando aplicado em pés já manipulados e já tratados com outros gessos confeccionados de forma diferente desse tratamento.

Quais são os sinais de recidiva do pé torto? O pé geralmente apresenta supinação e equino.

Quais são normalmente os passos do tratamento do pé torto? A maior parte dos pés pode ser corrigida por breves manipulações e aplicação do gesso na posição de correção máxima. Após aproximadamente cinco gessos, o aduto e o varo são corrigidos. Uma tenotomia percutânea do tendão do calcâneo é realizada em quase todos os pés e o pé é mantido nessa posição por três semanas. A correção é mantida pela utilização de órtese de abdução durante a noite, que é continuada aproximadamente até 2 a 4 anos de idade. Pés tratados por esse tratamento mostraram-se com boa força, flexíveis e sem dor, permitindo uma vida normal.

Detalhes da técnica de Ponseti

Primeiros quatro ou cinco gessos (mais se necessário) Inicie tão logo seja possível. Deixe a criança confortável. Permita que a criança mame durante a manipulação e a confecção do gesso, ou após. O gesso deve ser feito pelo médico quando possível.

Reduza o cavo O primeiro elemento do tratamento é a correção da deformidade em cavo, posicionando o antepé em alinhamento adequado com o retropé. O cavo, que é o aumento do arco medial ocorre devido à pronação do antepé em relação ao retropé. O cavo é sempre flexível nos recém-nascidos e requer apenas a supinação do antepé para que seja obtida um arco longitudinal medial normal do pé. Em outras palavras, o antepé é supinado até que na inspeção visual da superfície plantar do pé mostre um arco medial de aparência normal, nem muito alto, nem muito plano. O alinhamento do antepé com o retropé é necessário para a obtenção de um arco normal, o que possibilitará a abdução efetiva do pé para corrigir o aduto e o varo.

Manipulação

A manipulação consiste de abdução do pé abaixo da cabeça do tálus estabilizada. Localize a cabeça do tálus. Todos os componentes da deformidade do pé torto são corrigidos simultaneamente. Para obter essa correção, é necessário localizar a cabeça do tálus, que é o fulcro da correção. Localize exatamente a cabeça do tálus.  Esse passo é essencial. Primeiro, palpe os maléolos com os dedos polegar e indicador da mão A enquanto a mão B segura os dedos e os metatarsos. A seguir, deslize o seu polegar e dedo index da mão A anteriormente para palpar a cabeça do tálus na frente da pinça do tornozelo. Devido ao fato de o navicular estar desviado medialmente, e sua tuberosidade está quase em contato com o maléolo medial, você pode sentir a parte lateral proeminente da cabeça do tálus (vermelha), bem subcutânea na frente do maléolo lateral. A parte anterior do calcâneo será sentida abaixo da cabeça do tálus. Ao mover o antepé lateralmente em supinação com a mão B, você será capaz de sentir o navicular se mover um pouco para a frente da cabeça do tálus, à medida que o calcâneo se move lateralmente abaixo da cabeça do tálus.

Estabilize o tálus  Coloque o polegar sobre a cabeça do tálus, como mostrado pelas setas amarelas no modelo plástico. A estabilização do tálus é o pivô da correção em torno do qual o pé roda quando é abduzido. O dedo index da mesma mão que está estabilizando a cabeça do tálus deve ser colocado posteriormente ao maléolo lateral. Isso estabiliza ainda mais a articulação do tornozelo enquanto o pé é abduzido e se contrapõe à tendência de o ligamento calcaneo-fibular posterior empurrar a fíbula posteriormente durante a manipulação.

Manipule o pé  A seguir abduzindo o pé em supinação, com o pé estabilizado pelo polegar sobre a cabeça do tálus, como mostrado pela seta amarela, abduza o pé o máximo possível sem causar desconforto à criança. Segure fazendo uma pressão suave por cerca de 60 segundos, e solte. A lateralização do navicular e da porção anterior do calcâneo aumenta à medida que ocorre a correção da deformidade. A correção completa é geralmente obtida no quarto ou quinto gesso. Em pés mais rígidos, podem ser necessários mais gessos. Nunca se deve pronar o pé.

Segundo, terceiro e quarto gessos  Durante essa fase do tratamento, o aduto e o varo são completamente corrigidos. A distância entre o maléolo medial e a tuberosidade  do navicular, que pode ser palpada, reflete o grau de correção do navicular. Quando o pé torto é corrigido, essa distância mede 1,5 a 2 cm e o navicular cobre a superfície anterior da cabeça do tálus. De forma semelhante, a magnitude do desvio da tuberosidade anterior do calcâneo sob a cabeça do tálus aumenta o ângulo talo-calcaneano, e portanto, a correção do varo do calcâneo.

Cada gesso mostra melhora progressiva  Note as alterações na sequência dos gessos.

Aduto e varo   Note que o primeiro gesso mostra a correção do cavo e do aduto. O pé permanece em equino. Os gessos 2 a 4 mostram a correção do aduto e do varo. Equino  A deformidade em equino melhora gradualmente com a correção do aduto e do varo. Isso é parte da correção porque o calcâneo dorsiflete à medida que é abduzido sob o tálus. Não se deve tentar a correção do equino antes da correção do varo do calcâneo.

Aparência do pé depois do quarto gesso   Observa-se a correção total do cavo, aduto e varo. O equino é parcialmente corrigido, mas essa correção é insuficiente, e há necessidade de uma tenotomia do tendão do calcâneo. Em pés muito flexíveis, o equino pode ser corrigido por alguns gessos adicionais sem tenotomia. Quando houver dúvida, faça a tenotomia.

Confecção, moldagem e retirada do gesso

O sucesso no tratamento pelo método de Ponseti depende de uma boa técnica de confecção do gesso. Aqueles com experiência na confecção de gessos para correção de pé torto podem encontrar mais dificuldades na realização do método de Ponseti do que aqueles que a realizam pela primeira vez. Recomendamos que seja utilizado gesso comum, porque é um material mais barato e pode ser moldado com maior precisão do que o gesso sintético.

Passos na confeção do gesso Manipulação preliminar  Antes da confecção de cada gesso, o pé é manipulado Não se deve segurar o calcanhar, para que o calcâneo possa ser abduzido junto com a parte anterior do pé.

Aplicando o algodão ortopédico  Aplique uma camada fina de algodão ortopédico para possibilitar uma moldagem mais eficaz do pé. Mantenha o pé na posição de máxima correção segurando o pé pelos dedos enquanto o gesso está sendo aplicado.

Colocação do gesso  Primeiro, aplique o gesso abaixo do joelho e estenda o gesso depois para a parte  proximal da coxa. Comece com três ou quatro voltas ao redor dos dedos, e depois trabalhe proximalmente na perna. Aplique o gesso suavemente. Dê alguma tensão ao rodar o gesso em torno do calcanhar. O pé deve ser segurado pelos dedos e o gesso enrolado sobre os dedos da mão de quem confecciona o gesso para que haja espaço suficiente para os dedos do pé.

Moldagem do gesso  Não force a correção com o gesso. Use pressão suave. Não faça pressão constante com o polegar sobre a cabeça do tálus; ao invés disso, pressione e solte repetidamente para evitar úlceras de pressão na pele. Molde o gesso sobre a cabeça do tálus segurando o pé na posição de correção. [E]. Note que o polegar da mão esquerda está moldando a cabeça do tálus enquanto a mão direita está moldando o antepé em supinação. O arco é bem moldado para evitar pé plano ou deformidade em mata-borrão. O calcâneo é bem moldado sobre a tuberosidade posterior do calcâneo. Os maléolos são bem moldados. O calcâneo não deve ser tocado durante a manipulação ou confecção do gesso.

A moldagem deve ser um processo dinâmico: mova constantemente os dedos para evitar pressão excessiva  sobre qualquer saliência óssea. Continue moldando até que o gesso endureça.

Estenda o gesso até a coxa  Use mais algodão ortopédico nesse local para evitar a irritação da pele. O gesso pode ser desenrolado indo e voltando na região anterior do joelho, para fortalecer e também evitar uma quantidade maior de gesso na fossa poplítea, que torna a retirada do gesso mais difícil.

Apare o gesso  Deixe uma superfície plantar de gesso para o apoio do dedos e corte o gesso na parte dorsal até as articulações metatarso-falângicas. Use uma faca de gesso para cortar esse gesso dorsal cortando o centro do gesso primeiro, e depois os cantos medial e lateral. Deixe a parte dorsal livre. Note o aspecto do gesso quando terminado. O pé está em equino, e o antepé está totalmente supinado.

Retirada do gesso Retire todos os gessos na clínica logo antes da confecção de um novo gesso. Evite a retirada dos gessos antes de chegar à clínica porque parte considerável da correção pode ser perdida do momento da retirada do gesso até a confecção de um gesso novo. A serra elétrica pode ser utilizada ou então a faca de gesso. NO caso da faca de gesso: Coloque o gesso submerso em água por cerca de 20 minutos, e depois enxugue o gesso com uma toalha antes da retirada. Use a faca de gesso, e corte obliquamente para evitar o corte da pele. Retire a parte da coxa primeiro. Depois, retire a parte distal do gesso.

Decidindo sobre a tenotomia Uma etapa muito importante do tratamento é determinar quando foi atingida a correção máxima necessária para se realizar a tenotomia percutânea. Com isso, obtém-se dorsiflexão e completa-se o tratamento. Essa etapa é atingida quando a parte anterior do calcâneo está abduzida e sai debaixo do tálus. A abdução permite que o pé seja dorsifletido sem que ocorra o esmagamento ente o calcâneo e a tíbia. Se não se tem certeza da abdução adequada, é recomendado fazer mais um ou dois gessos.

Características da abdução adequada  Confirme que o pé está suficientemente abduzido para colocar o pé em 15 a 20 graus de dorsiflexão antes de realizar a tenotomia. A palpação do processo anterior do calcâneo lateralmente é o melhor sinal de abdução suficiente do pé, pois reflete a abdução do calcâneo abaixo do tálus. É possível a abdução de cerca de 70 graus do pé  em relação ao plano da tíbia. Observa-se a posição neutra ou em leve valgo do calcâneo Isso é determinado pela palpação posterior do calcâneo. Lembre-se que essa é uma deformidade tridimensional e que todas as deformidades são corrigidas simultaneamente. A correção é obtida através da abdução do pé abaixo do tálus. O pé nunca deve ser pronado.

Resultado final  Após o final da fase de gesso, o pé deve parecer hipercorrigido em abdução considerando a aparência normal do pé durante a marcha. Isso não é realmente uma hipercorreção. Ela é de fato a correção completa do pé em abdução máxima normal. Essa correção completa, normal e em abdução máxima ajuda a evitar recidivas e não resulta em um pé hipercorrigido ou pronado.

Correção do equino e o quinto gesso

Indicações Certifique-se que os requisitos para a correção do equino foram atingidos

Tenotomia percutânea do tendão do calcâneo Planeje a realização da tenotomia Preparando a família

Prepare a família explicando o procedimento Um sedativo pode ser dado para a criança.

Equipamento Escolha uma lâmina 11 ou 15 ou outra lâmina menor como um bisturi oftálmico.

Preparação da pele Faça a assepsia da pele, do meio da panturrilha até o meio do pé, enquanto o assistente segura o pé pelos dedos com os dedos de uma mão, e a coxa com a outra mão.

Anestesia Uma quantidade pequena de anestésico local pode ser infiltrada próximo ao tendão.  Atenção para não utilizar muito anestésico, pois isso dificulta a palpação do tendão e torna o procedimento mais perigoso.

Tenotomia do tendão do calcâneo Faça a tenotomia aproximadamente 1,5 cm acima do calcâneo com o pé segurado em dorsiflexão máxima pelo assistente. Evite cortar a cartilagem do calcâneo. Um ressalto pode ser sentido quando o tendão é seccionado. Tipicamente obtém-se uma dorsiflexão adicional de 15 a 20 graus após a tenotomia.

Gesso após a tenotomia Confeccione o quinto gesso com o pé abduzido 60 a 70 graus em relação ao plano frontal da tíbia. Note a extrema abdução do pé em relação à perna e a posição do pé em hipercorreção. O pé nunca deve ser pronado. Esse gesso é deixado por 3 semanas após a correção completa.

Retirada do gesso Após 3 semanas, o gesso é retirado. Trinta graus de dorsiflexão é a dorsiflexão total obtida, e a cicatriz cirúrgica é mínima. O pé então está pronto para ser ortetizado.

Utilização da órtese

Protocolo de utilização da órtese A órtese é colocada imediatamente após a retirada do último gesso, três semanas após a tenotomia. A órtese consiste de botas de cano alto abertas na frente, e conectadas a uma barra. Em casos unilaterais, a órtese é colocada  em 70 graus de rotação externa do lado tratado (pé torto), e 40 graus de rotação do lado normal. Em casos bilaterais, é colocado a 70 graus de rotação externa de cada lado. A barra deve ter comprimento suficiente para que a distância entre os calcanhares seja a mesma distância entre os ombros. Um erro comum é prescrever uma órtese com uma barra muito curta, que é desconfortável para a criança. Uma órtese com a barra estreita é motivo comum para dificultar o uso da órtese, e a adesão ao tratamento. A barra deve ter uma curvatura de 5 a 10 graus com a convexidade para baixo para que os pés fiquem em dorsiflexão. A órtese deve ser utilizada por 23 horas (dia e noite) pelos primeiros três meses após a retirada do último gesso. Depois disso, a criança deverá utilizar a órtese por 12 horas à noite e mais 2 a 4 horas no meio do dia, totalizando 14 a 16 horas a cada período de 24 horas. Esse protocolo continua até que a criança tenha 3 a 4 anos de idade.

Por que utilizar a órtese? Ao final da fase de gesso, o pé está abduzido de forma exagerada, em torno de 75 graus (ângulo coxa-pé). Após a tenotomia, o gesso é deixado por três semanas. O protocolo Ponseti ressalta a importância do uso da órtese para manter a abdução, sendo esta uma barra conectada a botas abertas de cano alto. Esse grau de abdução dos pés é necessário para manter a abdução do calcâneo e do ante-pé e evitar recidivas. O pé vai gradualmente voltar-se para dentro, até cerca de 10 graus de rotação externa. As partes moles mediais ficam alongadas somente se a órtese é utilizada após a fase de gesso. Na órtese, os joelhos são deixados livres, e então a criança pode chutar e estender seus joelhos, para alongar seus músculos gastro-soleos. A abdução dos pés na órtese, combinada com leve angulação da barra (convexidade para baixo), confere dorsiflexão para os pés. Isso ajuda a manter o alongamento do músculo gastrocnemio e o tendão de Aquiles (calcâneo).

Importância do uso da órtese: As manipulações pela técnica de Ponseti combinadas com a tenotomia percutânea frequentemente dão resultados excelentes. No entanto, com a utilização inadequada da órtese, a recidiva da deformidade ocorre em mais de 80% dos casos. Esse número contrasta com apenas 6% de recidivas em famílias que utilizam a órtese adequadamente (Morcuende et al.).

Alternativas ao uso da órtese Alguns ortopedistas tentam “melhorar” o tratamento pelo método de Ponseti modificando o protocolo da órtese ou utilizando órteses diferentes. Eles defendem que a criança fica mais confortável  sem a barra e recomendam  o uso das botas sem a barra. Essa estratégia geralmente falha. As botas sozinhas não tem efeito sem a barra. Eles funcionam somente como ponto de conexão para a barra. Algumas órteses não são melhores que as botas sozinhas, e portanto, não têm indicação no protocolo do método. Se bem adaptadas, as órteses que incluem o joelho o tornozelo e o pé, como as órteses Wheaton, podem manter o pé abduzido e rodado externo. No entanto, essas órteses geralmente deixam o joelho fletido 90 graus. Essa posição causa encurtamento e atrofia do músculo gastrocnêmio e do tendão de Aquiles, levando à recidiva da deformidade em equino. Esse é um problema principalmente se essa órtese é utilizada nos três meses iniciais de uso contínuo da órtese.

Em resumo, só a órtese desenhada por Ponseti é uma órtese aceitável no tratamento pelo método Ponseti e deve ser usada à noite até que a criança tenha 3 a 4 anos de idade.

Estratégias para aumentar a adesão dos pais ao uso da órtese As famílias que seguem o uso da órtese de forma adequada são aquelas que leram sobre o tratamento pelo método de Ponseti pela Internet e escolheram esse método. Eles vêm ao consultório já com todas as informações e motivados. Os pais que menos seguem o protocolo são aqueles que não tiveram nenhuma informação sobre o método e precisam ser informados sobre ele na primeira consulta. A melhor estratégia para assegurar a adesão adequada dos pais ao protocolo é educá-los com todos os detalhes do método. O método de Ponseti deve ser visto como um estilo de vida que demanda um comportamento adequado. Aproveite o contato direto que ocorre durante a confecção dos gessos para conversar com os pais e enfatizar a importância do uso da órtese. Informe-os que o tratamento pelo método de Ponseti tem duas fases: a fase de gesso, inicial, quando o médico faz todo o trabalho, e a fase de uso da órtese, quando os pais fazem todo o trabalho. No dia da retirada do gesso após a tenotomia, “passe o bastão” da responsabilidade para os pais. Durante as instruções iniciais, ensine os pais a colocação da órtese. Faça com que eles pratiquem colocando e tirando a órtese várias vezes durante os primeiros dias e deixe que eles possam tirar a órtese por períodos breves de tempo para que os pés da criança se acostumem com as botas. Ensine os pais a exercitar os joelhos juntos (fletindo e estendendo) na órtese para que a criança se acostume a mover as duas pernas ao mesmo tempo. (Se a criança tenta chutar uma perna de cada vez, a barra não permite, e a criança pode se irritar). Alerte os pais que pode haver algumas noites difíceis até que a criança se acostume com a órtese. Sugira a analogia “domando um cavalo”: requer uma mão firme, porém paciente. Não deve haver nenhuma “negociação” com a criança. Agende a primeira visita em 10 a 14 dias. A razão dessa visita é monitorizar o uso adequado da órtese. Se tudo estiver bem, agende a próxima consulta para três meses, quando a criança passa para o protocolo de uso noturno da órtese (ou noites e “sonecas” durante o dia). É importante abordar o problema da adesão ao uso da órtese como um problema de saúde pública. Uma pequena almofada colada no contra-forte sobre o calcâneo pode ajudar na manutenção do posicionamento correto dos pezinhos nas botinhas da órtese.

Quando parar o uso da órtese Eventualmente, a criança pode apresentar valgo excessivo do calcâneo ou torção tibial externa durante o uso da órtese. Nesses casos, o médico deve reduzir a rotação externa das botas na barra de 70 graus para 40 graus. Por quanto tempo se deve manter a órtese? Não há resposta científica para essa pergunta. Pés mais graves devem seguir com o uso da órtese até os quatro anos, recomenda-se que mesmo os pés menos graves devem ser tratados com uso de órtese por 3 a 4 anos, se a criança tiver boa tolerância à órtese. A maioria das crianças se acostuma bem com a órtese, e ela se torna parte de seu dia-a-dia. No entanto, se for muito difícil manter a órtese depois de dois anos de idade, pode ser necessário parar o uso da mesma para proporcionar boas noites de sono para a criança e os pais. Essa medida não é aceitável para crianças mais novas. Abaixo dos dois anos, as crianças e suas famílias devem ser encorajadas ao uso adequado da órtese a todo custo.

 

Dr. Wilson Lino Junior

CRM 109146

Fraturas do antebraço

Fraturas no antebraço das crianças

O antebraço é a parte do braço entre o punho e o cotovelo. É constituído por dois ossos: o radio e a ulna. As fraturas no antebraço são comuns na infância, representando mais de 40% de todas as fraturas na infância. Cerca de três em cada quatro fraturas do antebraço em crianças ocorrem na extremidade do punho do rádio.

As fraturas no antebraço geralmente ocorrem quando as crianças brincam no playground ou participam de esportes. Se uma criança tropeça e cai sobre um braço estendido, há uma chance de resultar em uma fratura no antebraço. Os ossos de uma criança curam mais rapidamente que os de um adulto, por isso é importante tratar uma fratura imediatamente – antes do início da cura – para evitar problemas futuros.

Anatomia

O antebraço é composto de dois ossos: o rádio e a ulna. O radio está no “lado do polegar” do antebraço, e a ulna está no “lado do dedo mínimo”.

Placas de crescimento são áreas de cartilagem próximas às extremidades dos ossos longos em crianças e adolescentes. Os ossos longos do corpo não crescem do centro para fora. Em vez disso, o crescimento ocorre em cada extremidade do osso ao redor da placa de crescimento. Quando uma criança está totalmente crescida, as placas de crescimento endurecem em osso sólido. Tanto o radio quanto a ulna têm placas de crescimento.

 

Descrição

As fraturas podem ocorrer em um ou ambos os ossos do antebraço e em vários locais ao longo do osso:

  • Perto do punho, na extremidade mais distante (distal) do osso
  • No meio do antebraço
  • Perto do cotovelo, na extremidade superior (proximal) do osso

Existem vários tipos de fraturas no antebraço em crianças:

  • Fratura em toro (ou torus). Isso também é chamado de fratura “curvada”. A camada superior de osso de um lado é comprimida, fazendo com que o outro lado se afaste da placa de crescimento. Esta é uma fratura estável, o que significa que os pedaços de osso ainda estão em posição e não se separaram (deslocaram).
  • Fratura metafisária. A fratura ocorre na parte superior ou inferior da haste do osso e não afeta a placa de crescimento.
  • Fratura de galho verde. A fratura se estende através de uma porção do osso, fazendo com que ela se dobre do outro lado.
  • Fratura de Galeazzi. Essa lesão afeta os dois ossos do antebraço. Geralmente, há uma fratura deslocada no rádio e uma luxação (deslocamento) da ulna no punho, onde o rádio e a ulna se juntam.
  • Fratura de Monteggia. Essa lesão afeta os dois ossos do antebraço. Geralmente, há uma fratura na ulna e a parte superior (cabeça) do rádio é deslocada. Esta é uma lesão muito grave e requer cuidados urgentes.
  • Fratura da placa de crescimento. Também chamada de fratura “fiseal”, ocorre na ou através da placa de crescimento. Na maioria dos casos, esse tipo de fratura ocorre na placa de crescimento do raio próximo ao punho. Como a placa de crescimento ajuda a determinar o comprimento e a forma futuros do osso maduro, esse tipo de fratura requer atenção imediata.

Causa

As crianças adoram correr, pular, saltar e cair, todas atividades que podem resultar em uma fratura no antebraço, caso ocorra uma queda inesperada. Na maioria dos casos, as fraturas do antebraço em crianças são causadas por:

  • Queda em um braço estendido
  • Queda direta no antebraço
  • Um golpe direto no antebraço

 

Sintomas

Uma fratura no antebraço geralmente resulta em dor intensa. O antebraço e a mão do seu filho também podem ficar dormentes, um sinal de possível lesão nervosa.

Exame médico

Exame físico

Depois de discutir os sintomas e o histórico médico do seu filho, seu médico fará um exame cuidadoso do braço do seu filho para determinar a extensão da lesão. Ele ou ela procurará:

  • Deformidade no punho, antebraço e cotovelo
  • Inchaço
  • Incapacidade de movimentar

Durante o exame físico, seu médico também fará testes para garantir que os nervos e a circulação nas mãos e dedos do seu filho não sejam afetados.

Radiografias

Os raios X fornecem imagens claras de estruturas densas, como ossos. Como a mão, punho, braço e cotovelo podem sofrer lesões durante uma queda em um braço estendido, seu médico pode solicitar radiografias do cotovelo e punho, bem como do antebraço, para determinar a extensão da lesão.

Tratamento

O tratamento para fraturas do antebraço depende do tipo de fratura e do grau de deslocamento. O seu médico usará um dos seguintes tratamentos, ou uma combinação de ambos, para tratar uma fratura no antebraço.

Tratamento não cirúrgico

O gesso apoia e protege os ossos fraturados enquanto eles consolidam e se curam.

Algumas fraturas estáveis, como fraturas em toro, podem simplesmente precisar do apoio de um gesso ou tala enquanto curam.

Para fraturas mais graves que se tornaram anguladas, o médico pode manipular ou empurrar suavemente os ossos no lugar sem cirurgia. Este procedimento é chamado de redução fechada. Posteriormente, o braço é imobilizado em um gesso ou tala enquanto cura.

Tratamento cirúrgico

Em alguns casos, é necessária cirurgia para alinhar os ossos e fixá-los no lugar. O seu médico pode recomendar cirurgia se:

  • O osso rompeu a pele – esse tipo de lesão (chamada de fratura exposta) corre risco de infecção e requer tratamento específico
  • A fratura é instável – as extremidades dos ossos não ficarão alinhadas

Nessas radiografias os ossos foram quebrados no terço médio

  • Segmentos ósseos foram deslocados
  • Os ossos não podem ser alinhados corretamente através da manipulação
  • Os ossos já começaram a curar em ângulo ou em posição inadequada

Durante a cirurgia, seu médico abrirá a pele e reposicionará os fragmentos ósseos quebrados (um procedimento chamado redução aberta). O seu médico pode usar hastes, implantes de metal ou um molde para manter os ossos quebrados no lugar até que estejam curados.

Nessas radiografias os ossos foram reparados com hastes intramedulares

 

Recuperação

O período de uso do gesso varia de acordo com a gravidade da fratura. Uma fratura estável, como uma fratura em toro, pode exigir de 3 a 4 semanas no gesso. Uma lesão mais grave, como uma fratura de Monteggia, pode precisar ser imobilizada por 6 a 10 semanas.

Quando o gesso é removido, as articulações do punho e do cotovelo podem ficar rígidas por 2 a 3 semanas. Essa rigidez desaparece por si própria, muitas vezes sem a necessidade de fisioterapia.

Por um tempo, os ossos do antebraço podem ficar mais fracos devido à imobilização do gesso. Para permitir que os ossos recuperem com segurança sua força normal, a criança deve evitar brincar em estruturas de playground, como barras, por 3 a 4 semanas após a remoção do gesso.

Se a fratura for tratada por cirurgia pode variar o tratamento de 4 a 8 semanas, dependendo da gravidade e do método utilizado.

Se a fratura interromper a placa de crescimento no final do osso, poderá afetar o desenvolvimento do osso. O seu médico pode recomendar visitas de acompanhamento por mais de um ano para garantir que o crescimento continue normalmente.

Atenção: O risco de uma nova fratura no antebraço é relativamente grande no primeiro ano da fratura, porém o fortalecimento da musculatura e atividades de menos risco de queda devem ser estimuladas para recuperação e fortalecimento ósseo.

Dr. Alexandre Zuccon

Possui graduação em Medicina pela Universidade Estadual Paulista  Júlio de Mesquita Filho?- UNESP (2000).

Tem experiência na área de Medicina com ênfase em Cirurgia Ortopédica. Possui residência em Ortopedia e Traumatologia pela UNESP (2000-2003), e especialização em Ortopedia Pediátrica pela Associação de Assistência à Criança Deficiente – AACD (2003-2004).

Atuou como Fellow Research no Segmento de Pesquisa Clínica no Departamento de Cirurgia Ortopédica (Ortopedia Pediátrica) na Washington University em St. Louis – USA (2012).

Faz parte do staff da AACD como ortopedista pediátrico, sendo preceptor dos residentes e coordenador da Comissão de Ensino e Treinamento (CET- Ortopedia). Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica (SBOP).  Doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Bases Gerais da Cirurgia na UNESP.

Orientações no pós-cirúrgico de osteotomia do fêmur

O período de cicatrização óssea varia entre 6 a 8 semanas, por isso os cuidados durante todo esse período são extremamente importantes.

 

1ª, 2ª e 3º de PO

  • Alta hospitalar com gesso, talas de lona e triângulo de espuma.
  • Durante as refeições – elevar encosto da cadeira de rodas ou do leito até 45° com travesseiros (liberação para sentar em 90° somente com autorização médica).
  • Usar as talas de lona e triangulo de espuma em tempo integral por 6 a 8 semanas, dependendo da consolidação óssea. (liberação de retirar 3x ao dia por 30 minutos dependendo da autorização do cirurgião).
  • Indicação de exercícios respiratórios e de fortalecimento para braços e tronco superior.
  • Ficará deitado(a) de barriga para cima (usar rolinhos sob os calcanhares) e alternar ao longo do dia para postura de barriga para baixo (pés para fora da cama).

Obs: evitar torções e rotações durante as transferências.

  • A criança deverá ficar afastada das atividades escolares.
  • Realizar estimulações sensoriais com massagens e objetos de diferentes texturas.

 

Após a 3ª Semana de PO

  • Manter o uso da lona extensora e triângulo por período integral.
  • Permanecer por 2 horas (não consecutivas) de barriga para baixo.
  • Realizar fisioterapia 2x por semana, com exercícios que visam o fortalecimento (isométrico).

 

6ª a 8º Semana de PO

  • Iniciar exercícios de fortalecimento, alongamento muscular e treino de marcha fazendo ou não uso de meios de auxílio, somente depois da confirmação da consolidação óssea em retorno com Ortopedista.
  • Retirada do gesso para moldar as novas órteses.
  • Uso de lona extensora, triângulo de espuma e órteses somente para dormir durante seis meses.
  • Retorno com fisioterapeuta para orientação das novas atividades.

 

Cuidados Gerais:

  • Para evitar a formação de escaras no calcâneo, enquanto o paciente permanecer deitado de barriga para cima é indicada a colocação de toalhas enroladas a fim de aliviar a área.
  • Observar a coloração dos dedos (não pode estar de cor roxa) e o calor local (não pode estar quente ou frio)
  • Mudar a posição a cada 2 horas para evitar escaras.
  • Aliviar a região do bumbum com auxílio de cobertor enrolado com lençol, colocado na região da coxa e lombar.
  • Colocar um saco plástico para proteger o gesso durante o banho, prender com elástico.
  • Tomar sol pela manhã, expondo a parte que está com gesso nos dois primeiros dias após alta.
  • Não introduzir objetos (agulhas de crochê, régua, arame e outros) dentro do gesso para coçar. O processo de cicatrização gera coceira.

 

 

 

Dr Wilson Lino Junior

Ortopedista e Traumatologista pediátrico

CRM 109146

 

Hospital AACD

Hospital AACD

Em 1950, nascia a AACD, fundada pelo médico especialista em Ortopedia Dr. Renato da Costa Bomfim, que, inspirado na evolução tecnológica dos centros de reabilitação no exterior, criou uma estrutura semelhante no Brasil.

Hoje, a AACD está entre os melhores hospitais da Área de Ortopedia e é referência em qualidade no tratamento de pessoas com deficiência física, além de ser um dos complexos hospitalares mais admirados do País, de acordo com pesquisas realizadas com profissionais da Área de Medicina.

 

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